Ações do Programa Nova Economia e Desenvolvimento Territorial agem para além da geração de renda, com foco na formação sociopolítica e humanitária de indivíduos e suas respectivas redes de apoio
Em 2022, o Programa Nova Economia e Desenvolvimento Territorial da Fundação Tide Setubal trabalhou na reestruturação de suas estratégias de atuação, definindo como objetivo estratégico a promoção de soluções para a reorganização produtiva de caráter territorial que permita a produção e a distribuição justa de bens e serviços.
Dentro dessa dinâmica, ao levar-se em conta o contexto socioeconômico vigente, no qual houve aumento da desigualdade social por diversos fatores, inclusive a pandemia de Covid-19, as metas específicas do programa passaram abranger metodologias, projetos e políticas públicas de geração de renda no curto e médio prazo, assim como aqueles que tenham como diretriz assegurar o acesso sustentável ao bem-estar material com o protagonismo participativo de ações locais.
As reflexões feitas pelo programa, considerando as experiências prévias no campo, levaram ao desenvolvimento de algumas hipóteses para a concretização do objetivo estratégico de reorganização produtiva, que são diretrizes para o desenho das ações da Fundação Tide Setubal nesse tema. Tais ações dizem respeito ao incentivo a inovações socioeconômicas territoriais e ao adensamento institucional – leia-se cooperação entre agentes públicos, privados e locais com foco em um fim comum – possibilitam inaugurar um novo modelo produtivo em longo prazo. Desse modo, as diretrizes de ação para que tais metas sejam atingidas são:
Contemplar a formação de sujeitos e garantir condições em favor da empregabilidade e do empreendedorismo.
Garantir a existência de rede de proteção social permanente.
Incentivar a economia circular.
Realizar investimentos nas periferias.
Para além dessas diretrizes, um aspecto central no trabalho do Programa Nova Economia e Desenvolvimento Territorial diz respeito ao foco na formação de sujeitos nos âmbitos profissional e crítico.
O mergulho para o aperfeiçoamento das estratégias de inclusão produtiva em 2022 justifica-se pelo fato de que ignorar no presente o bônus demográfico – ou seja, o número de pessoas com idade economicamente ativa ser maior se comparado com a população inativa, composta por crianças e pessoas idosas – terá reflexos negativos no desenvolvimento econômico futuro. Logo, será necessário haver recursos, governança e planejamento e inovação nesse cenário para que possamos construir uma nova história para o país e, em particular, para os territórios periféricos.
Projetos em prática
Uma das ações em que o Programa Nova Economia e Desenvolvimento Territorial ingressou por meio de parceria em 2022 foi a Iniciativa Empregos e Oportunidades no Brasil (JOI Brasil).
Criada pelo núcleo para a América Latina e Caribe da Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab (J-PAL LAC), centro global de pesquisas voltado à redução da pobreza, a JOI Brasil conta também com parcerias de Fundação Arymax, B3 Social, Potencia Ventures, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Insper, e tem como foco evidências científicas sobre políticas públicas relacionadas com as questões mais pertinentes do mercado de trabalho brasileiro.
No Brasil, o ponto central da iniciativa contemplou o mercado de trabalho, pelo fato de ter sido afetado de modo significativo durante a pandemia de Covid-19. A decisão por esse segmento possibilitou, por exemplo, trabalhar com questões intersetoriais como gênero e raça.
Desse modo, a identificação de temas que permitam alcançar a raiz de problemas pelo fomento a pesquisas rigorosas, assim como o diálogo com governos, sociedade civil, empresas e fundações, por meio do compartilhamento e debate sobre resultados, estão no radar da JOI Brasil.