Projeto +Lapena Habitar tem como objetivos promover moradias de qualidade para a população do Jardim Lapena e intensificar o debate sobre a conexão entre habitação, urbanismo e garantia de direitos
Durante 2022, o Programa Cidades e Desenvolvimento Urbano desenvolveu iniciativas voltadas a melhorias na qualidade de vida de populações em territórios com vulnerabilidades e que proporcionem evolução na infraestrutura desses mesmos espaços.
Uma destas ações é o +Lapena Habitar, projeto realizado em parceria com o BlendLab – associação civil que promove transformações territoriais por meio de operações financeiras híbridas.
A iniciativa considera aspectos de desenho urbano e arquitetura, participação social e gestão condominial coletiva, modelo de negócio e financiamento. Para além da infraestrutura das unidades habitacionais, que serão ocupadas por meio de aluguel, cujo preço será acessível e priorizará a melhoria das condições de vida em vez do lucro, as construções poderão atrair, em médio prazo, investimentos para o bairro, aumentar a sensação de segurança por meio do uso das fachadas das construções e da ocupação espacial, além de favorecer o comércio local.
A administração ocorrerá por uma associação sem fins lucrativos, de modo coletivo, amplo, representativo e equilibrado e terá como foco promover e assegurar a participação popular e o protagonismo da população do Jardim Lapena na determinação dos rumos e da organização do espaço.
Projetando o bem-estar e o futuro
O projeto +Lapena Habitar abriu, em 2022, uma chamada para escritórios de arquitetura, a partir de novas propostas na concepção de projetos, para ampliar a perspectiva sobre a construção de moradias em territórios periféricos a partir de novas abordagens estéticas, econômicas, ambientais e de convivência na concepção de projetos. Cinco projetos foram convidados para desenvolver e apresentar conceitos:
Terra e Tuma e do Estúdio Síntese
Gávea Arquitetos + Diego Portas + Matteria
Apparatus Architects & Alvaro Arancibia.
Os projetos foram desenvolvidos a partir de soluções urbanísticas e arquitetônicas que propusessem soluções e criações pensadas especificamente para as condições e a cultura dos territórios periféricos.
Todos eles tiveram de seguir parâmetros e diretrizes que consistiam em duas edificações para uso misto - habitacional e comércio -, sendo uma no Jardim Lapena e outra no centro de São Miguel Paulista. Esses trechos deveriam ser conectados por meio da passarela que já interliga ambos os bairros, existente sobre os trilhos da Linha 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Os cinco projetos foram apresentados à comunidade do Jardim Lapena durante evento realizado em 22 de novembro no Galpão ZL. Durante a atividade, os parâmetros que os compuseram - e estavam previamente estabelecidos na chamada para os escritórios - foram analisados por um comitê de avaliação composto por urbanistas e representantes das/os moradoras/es do Jardim Lapena. Essa comissão foi composta por:
Mariana Almeida, diretora executiva da Fundação Tide Setubal
Kátia Ramalho, analista de Programas e Projetos da Fundação Tide Setubal
Guilherme Marcolino, Letícia Naiara, Odirlei Martins e Sandra Novais, representantes da população do Jardim Lapena
Thiago Soveral e Sérgio Marcondes, do BlendLab
Sandra Rufino, arquiteta e integrante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo
Cláudia Pires, arquiteta e urbanista e representante do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)
Lilian Veltman, diretora-executiva da plataforma de tecnologia Alpop (Aluguel Popular)
Edilson Henrique Mineiro, da União Nacional por Moradia Popular (UNM)
Carmen Silva, do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC)
Lisandra Mara, da Companhia Urbanizadora e de Habitação (Urbel), de Belo Horizonte (MG)
Tiarajú Pablo D’Andrea, professor do campus zona leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da pós-graduação no campus da Universidade de São Paulo (USP Leste) e coordenador do Centro de Estudos Periféricos
Marcelo Ribeiro, coordenador de Prática de Desenvolvimento Local da Fundação Tide Setubal
Vanessa Padiá, arquiteta e urbanista, envolvida há 20 anos com habitação social e representante da SPTrans
Vinicius Andrade, arquiteto, urbanista, professor e coordenador pedagógico na Escola da Cidade
André Czitrom, representante da Magik JC, e do Projeto SOMA (Sistema Organizado de Moradia Acessível)
Anaclaudia Rossbach, economista, envolvida na área de habitação social e assentamentos precários, e representante do Instituto Lincoln de Políticas de Solo
Marcos Boldarini, arquiteto e urbanista e professor da Escola da Cidade
Tereza Herling, professora de arquitetura e urbanismo na FAU Mackenzie
Nabil Bonduki, arquiteto, urbanista e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP).